Pretas e Pretos Velhos

Preto Velho, Preta Velha, formam uma falange de luz, sabedoria e humildade.
Sua origem está no povo da África, que conheceu na Terra o sofrimento da escravidão. Foram trazidos de seus territórios, onde tinham suas riquezas, suas culturas, sua espiritualidade, e foram dominados, maltratados, escravizados. Dentro deste sofrimento, nas terras do Brasil, eles também foram guiados a se escapar destes maltratos e se refugiar nas florestas. Aí encontraram os povos originais da terra brasileira, que também se escaparam dos dominadores para não serem escravizados. Juntos formaram comunidade e aprenderam uns com os outros, unindo seus conhecimentos da vida, da sobrevivência material, dos cultos espirituais e das curas com a natureza. Mas os perseguidores acabaram invadindo também a floresta e atacando estas comunidades. Eles vinham armados, prontos para matar e maltratar. Traziam em uma mão a chibata e na outra a cruz. Tudo isto faziam usando o nome de Jesus Cristo. E assim aconteceu uma guerra, um massacre, a destruição dos quilombos e a matança de seu povo.
Foi em meio a esta dor e dentro de um grande mistério, que o verdadeiro Cristo se revelou a estas almas que desencarnavam dentro deste sofrimento, e iluminou a sua libertação. Assim formaram uma egrégora de luz, de caridade e de libertação, que mais tarde se transformou numa semente, que desabrochou com o nome de Umbanda.
Assim se forjou o mistério desta linda linha de caridade e redenção para todas as almas que procuram o caminho da paz, o encontro interior com a luz divina, para renascer como um novo Cristo a cada dia, o Cristo verdadeiro, do Amor Vencedor.
Por tudo isto, Preto Velho tem segredos, tem chaves que abrem caminhos, tem consolação para todos que os procuram, tem ensinamentos de humildade, de partilha, de perdão, e, acima de tudo, tem fé e amor. Preto Velho, Preta Velha, é povo rezador. Junto com povo índio da terra brasileira, abraçaram o mistério do Cristo, unindo fundamentos de raiz para levantar bandeira de paz.
Assim também se juntaram nesta falange, muitas almas que vieram de outras raízes, mas se identificaram com os fundamentos e a história desta caminhada. Assim aumenta todo dia esta corrente da Seara da Caridade, para despertar a memória, para libertar o amor, para honrar a natureza, para louvar a vida, e agradecer ao Divino.
Mensagem ditada por Vovó Rosa Maria Baiana.

FICHA TÉCNICA _ PROJETO DE GRAVAÇÃO UMBANDAIME MATRIZ
CANTO: Júlia Freire de Medeiros, Rita Silveira, Luísa Failace, Elvira Melo
Participação: Marcelo Bernardes, Sabá Tuk, Clara Andreozzi, Fábio Satgeet, Catarina Cerquinho, Míriam Maria, Janaína Jaaya
ATABAQUES (Rum Rumpi, Le): Sabá Tuk, Marcelo Bernardes
AGOGÔ: Valerinho Xavier, Sabá Tuk e Marcelo Bernardes
DIREÇÃO MUSICAL (coordenação no estúdio): Marcelo Bernardes
ESTÚDIO: Gravado, mixado e masterizado no Feedback Studio / Brasília por Valerinho Xavier
EDIÇÃO (gravações): Júlia Freire de Medeiros, Valerinho Xavier
Participação: Mauricio Barreto – Estúdio Escola Música Livre / Lumiar Nova Friburgo
CAPA: Marcelo Ment e Viuller Bernardo.